A partir da observação do movimento das crianças da turma, percebemos a necessidade de instigá-las a se desafiarem corporalmente. Criamos diferentes cenários, tanto dentro quanto fora da sala, que possibilitaram explorações sensoriais, brincadeiras expressivas, jogos corporais, cirandas, brincadeiras cantadas, relaxamento e outras propostas.

Para dar asas ao potencial criativo de cada menina e cada menino oferecemos tecidos, papéis celofane, cordas, bambolês, entre outros materiais. Na Sala do Corpo, além dos panos, também fizemos uma teia de aranha com elástico. A garotada passou por cima e por baixo buscando caminhos para sair do emaranhado como aranhas habilidosas. O prazer do movimento e a alegria de trazer para esse momento o jogo simbólico foi encantador!

Exploramos os movimentos expansivos que exigiram destreza, habilidade, flexibilidade, tensionamento e relaxamento. As crianças ainda experimentaram movimentos mais sutis, usando as mãos e as pontas dos dedos. Amassaram, rasgaram, picaram, cortaram com tesoura e fizeram alinhavos costurando com inteireza e entusiasmo as propostas do cotidiano.

Nesse processo, colocaram o corpo em diferentes posições para desenhar: deitadas, de costas, com os olhos fechados e com a cabeça para baixo. Algumas crianças se arriscaram a desenhar com giz de cera preso nos dedos dos pés. Esta proposta permitiu que percebessem a mudança de traçado e de exigência corporal nas atividades riscantes.

Aproveitamos a leitura da história “Duda Adora Pular”, de Stephen Michael King, que empolgou os Fulni-ô, para criar novos movimentos. Cada criança inventou um movimento que se tornou modelo para ser repetido pelo grupo. Fotografamos essa vivência e fizemos um painel. Imitar as posições nas fotos virou uma brincadeira diária.

Depois de tantas vivências, ainda fizemos uma lista com as crianças sobre o que tem no nosso corpo. Falaram que tem cérebro, osso, dedo, músculo, pé, joelho, pescoço, sangue e meleca.

E seguimos experimentando a riqueza de possibilidades corporais na tessitura da história do Fulni-ô manhã.

Compartilhamos com vocês algumas imagens desse processo.

Educação Infantil - Turma Fulni-ô Manhã (crianças de 3 a 4 anos)

Professora Luciana Fialho

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