Arara Tarde: Descobertas de Nossas Raízes

Nada escapa à trama da vida. Segundo o conhecimento tradicional, cada coisa existente – seja ela uma pedra, uma árvore, um rio ou ser humano – é possuidora de um espírito que a anima e mantém viva e nada escapa disso. Dizem ainda que é preciso reverenciar a Terra como grande mãe que nos alimenta e acolhe e que ninguém foge ao seu destino.”
(Daniel Munduruku)

A turma Arara iniciou o ano letivo sendo provocada a conhecer um pouco sobre a cultura dos povos indígenas. Iniciamos as investigações nos encontros on-line e, quando retornamos ao presencial, seguimos fazendo novas descobertas no chão da escola.

Nosso mergulho começou no universo dos brinquedos e brincadeiras. Descobrimos que muitas brincadeiras que nossos meninos e meninas gostam possuem suas raízes na cultura dos povos indígenas. O esconde-esconde, pega-pega e o jogo de peteca são alguns exemplos. Ao longo da nossa trajetória confeccionamos petecas. Sobre esse brinquedo descobrimos que ele pode ser confeccionado com uma variedade de materiais como palha de milho, casca de bananeira, entre outros. Na oficina que fizemos usamos jornais e outros tipos de papéis para fazer o brinquedo. A garotada se divertiu em todo o processo de construção e depois se esbaldou jogando peteca!

A literatura foi nossa aliada para despertar o interesse das crianças para novas descobertas. O livro Kabá Darebu, do Daniel Munduruku, foi umas das referências usadas para que as crianças conhecessem novos modos de vida e desconstruíssem possíveis estereótipos.  Nesta história, o personagem principal, um menino indígena, nos conta sobre sua casa, sua família e os costumes do seu povo, os Munduruku.        

A arte indígena despertou a curiosidade da garotada.  Partindo desse interesse, exploramos algumas imagens do grafismo indígena e seus significados.  As crianças observaram formas, cores e depois experimentaram reproduzi-los no papel.  Descobrimos que as cores usadas têm um significado. Para o povo Pataxó o preto representa o luto e o amarelo eles usam quando estão alegres. Para enriquecer ainda mais nossas pesquisas, vivenciamos o preparo das tintas com pigmentos naturais e a turma foi convidada a experimentar seus traços no papel.

Mergulhados na temática das nossas raízes, a história O Tupi que você fala, de Claudio Fragata, contribuiu para novas descobertas. A turma percebeu que muitas palavras que usamos no cotidiano são de origem Tupi-guarani, uma das línguas falada pelas etnias indígenas. Descobrimos nomes de animais, frutas, plantas… Além disso, na nossa escola usamos várias palavras de origem Tupi. Essa foi uma oportunidade da turma descobrir as raízes do nome das turmas e o nome da escola.  Esse material nos possibilitou alguns desdobramentos. Produzimos um jogo da memória e as crianças também escolheram palavras de origem Tupi para ilustrar. Confiram!

Professora: Daniela Silva
Professores substitutos: Vaneza Pereira e Gabriel Alcantara