Desde o início do ano, estamos realizando o projeto “Pé de Histórias” com as turmas da Educação Infantil. Elaboramos essa proposta, primeiro, por representar nossas raízes. É uma prática nossa semear pé de livros em praças públicas, ruas e qualquer outro espaço que possamos colher livros do pé. Segundo, pela ambiguidade do título, Pé de histórias, no sentido de pedir histórias e, terceiro, movidas pelas palavras de Freinet que diz: “Nunca largue as mãos… antes de apoiar os pés”. Desde o início da pandemia nosso discurso era: ninguém solta a mão de ninguém. Mas, sabíamos que precisava também apoiar os pés no chão que nos foi tirado repentinamente.
No início do trabalho, organizamos os encontros on-line, e só depois o presencial. Na escolha do repertório, priorizamos as histórias que trouxessem alegria, movimento e diálogo. Nessa perspectiva, lemos Pé de quem?, de Tati Rivoire, Duda adora pular, de Stephen Michael King, Pulo de bicho, de Carla Caruso, Vira lata Filé, de Claudia Ramos, Fuzarca, de Sônia Rosa, Os incomodados que se mudem, de Márcia Leite entre outros. Além dos títulos autorais, garantimos no Pé de Histórias, narrativas da tradição oral, como: A fruta e o jabuti e Tangolomango. Também tiramos do pé a história dos Três porquinhos e da Chapeuzinho vermelho. É importante ressaltar que esses pés cresceram em nossas casas, possibilitando colher as obras “fresquinhas” do pé.
Num solo fértil e de raízes profundas como o nosso, esse projeto só podia resultar em muitos e muitos livros abertos. O diálogo com cada narrativa gerou boas discussões sobre os nossos sentimentos, o fazer com as mãos e muitas brincadeiras. Nossos leitores e nossas leitoras estão brotados de histórias!
Agora, confiram as experiências de leitura que as crianças viveram ao longo desse tempo.
Ana Ribeiro e Valéria Barros (Dinamizadoras da Biblioteca)
