Poética inspirada no imaginário dos povos originários

Neste ano, os Zo’és leram o livro Nós – uma antologia de literatura indígena. Através dos contos adentramos o imaginário dos povos originários. A cada capítulo, conhecíamos um conto pertencente a uma determinada etnia, ou seja, a cada história éramos apresentados à rica pluralidade destes povos que tanto inspiraram o imaginário popular brasileiro. Por fim, a turma deu asas à imaginação através da criação de belas poesias também inspiradas nas narrativas dos povos indígenas. Foi um mergulho repleto de surpresas e encantamentos. 

Turma: Zo’é
Márcia Luz (Prof. de Língua Portuguesa)
Maria Gabriella Pires (Professora de turma)

Poesia inspirada na história Yacy-May.

Era uma vez uma garota,
Linda, só que mais que as outras,
Legal, só que mais que o bastante,
Gentil, só que até demais,
Especial, de um jeito que não era igual.

Todo mundo a queria,
Todo mundo a amava,
Não importa se era homem ou mulher,
Todos a queriam.

Até que um dia,
Um dia ela olhou para o céu,
E o céu a amou,
O céu a queria também.

A menina já incomodada, 
Foi embora, foi para casa,
Ela não aguentava mais isso tudo,
Queria ser normal e enfrentar o mundo.

Porém, a terra ficou enciumada,
Ela amava o céu, mas, o céu não a amava,
Ela faria de tudo para que ele a amasse.

No anoitecer, a menina decidiu fugir,
Prometeu para si mesma que para o céu jamais olharia,
Mesmo se caísse uma chuva grande,
Ela não olharia.

A terra vendo a menina fugir, 
Decidiu se vingar,
E, como ela queria fugir,
Num barco, ela será transformada,
Para navegar pelo mundo todo,
Onde ela desejar.

E assim fez,
A menina virou um barco,
Livre na água para passear,
Mas ainda assustada, ela perguntou:

“Onde estou? Onde estou?”

E nada a terra lhe falou.
A menina, ainda assustada, decidiu mudar de pergunta,
Para ver se uma resposta pelo menos ela obteria,
E, então, fez:

“Quem fez isso comigo? Quem fez? Prometo nada fazer contra você!”
E, então, a terra ainda insatisfeita com a pergunta da menina, 
Nada falou.

Mas a menina insistente continuou:
“Quem fez isso e onde estou?’’
A terra já irritada falou:

“Na água, você está cega, meu amor??”
A garota, que agora já era um barco ficou irritada com o tom de voz da terra,
Pois respeito ela merecia,
Então, irritada,
Ela viajou para longe e nunca mais a viram,
É uma pena que a pobre menina, tenha acabado tão longe de sua família.

Manuela Marinho

O pajé cuida do seu grupo,
os guerreiros caçam
para a tribo e as crianças,
cuidam do futuro do seu povo.

Felipe Barreto

Floresta amazônica
Genocídio indígena
Fome
Manifestações
O governo se importa??

Leila Batalha

Nós… Nós? Nós quem?
Nós são eles.
Eles que tem cultura,
crenças e costumes.
Nós são eles.
Os povos originários
são diferentes
e, ao mesmo tempo,
iguais a gente.

Clarice Djahjah

Povos originários
Povos originários são as populações
que descendem dos primeiros habitantes
do nosso Brasil.

Eles costumavam se alimentar de peixes,
frutas, feijão, abóbora
e também usavam o tabaco.

Costumavam se localizar na
Amazônia, Maranhão, Mato Grosso e Pará.
São bem diversos entre si e
representam as raízes de nosso país.

Pedro Carvalho

Wató, a pedra do fogo (Nós)

Fezes ficando avermelhadas
se transformando em brasas,
que viram pedras de fogo
para fazer a felicidade de um povo.

Uma celebração
com música e canção,
muita alegria e diversão.
Essa descoberta foi como uma benção
que trouxe nossa salvação.

Benício Costa

Redação dos povos indígenas
História de amor originário

A aldeia já estava iluminada pela noite, estrelas e a lua. Saori estava muito curiosa pela chegada da lua e das estrelas. Desde muito pequena a sua mãe contava que durante a lua cheia os homens e as mulheres se encontravam para achar o amor de suas vidas. Por isso Saori tinha que ter cuidado.

Durante o dia, Saori encontrou realmente o amor de sua vida, o guerreiro Guilherme Conpõ. Na opinião dela, ele era absolutamente a pessoa mais linda do mundo. Ele era um líder de um povo originário muito jovem e que mandava e planejava todas as formas de defender seu povo. Mas para o azar de Saori ele teve um intercâmbio para estudar em outro país, e com isso ela sofreu muito de saudade. Porém, depois de 6 meses, retornou, e Saori ia na aldeia todos os dias tentar achá-lo. Após 6 meses, ela finalmente reencontrou o guerreiro Guilherme Conpõ,.  E era a chance deles começarem a ter um relacionamento amoroso.

Em um dia, ela se arrumou, se maquiou com as tintas e ficou linda. Isso fez o guerreiro se apaixonar por Saori.  Ele a chamou para um encontro à noite, e ela muito nervosa disse que sim. Quando chegou em casa, Saori teve a permissão do pai, mas a mãe ficou falando que iria pensar. Depois de uns 40 minutos, a mãe de Saori permitiu com uma condição: de que ela voltasse antes da dez horas da noite. Saori deu um mega abraço em sua mãe.

O guerreiro Guilherme Conpõ e Saori se divertiram muito em uma festa típica do povo deles e tocava uma música de amor. O guerreiro Guilherme Conpõ chamou Saori para dançar e, depois de muita sofrência, eles finalmente deram o seu primeiro beijo.

Depois dessa festa, Saori se perdeu na hora e chegou em casa onze horas da noite.

A mãe de Saori ficou uma arara e proibiu a menina de sair com o guerreiro de novo.

Mas o amor venceu porque, depois de um mês, o guerreiro entra pela janela e foge com sua amada. Quando os pais de Saori acordaram, ficaram desesperados porque a filha tinha fugido.

Após um tempo, Saori voltou para se despedir da família. Ela já era uma moça, tinha 29 anos, e foi morar com o guerreiro Guilherme Conpõ. Os pais entenderam e deram um hiper, mega, ultra abraço em sua filha. É muito difícil para os pais verem o filho crescer. Saori e Guilherme tiveram três filhos e viveram felizes para todo o sempre.

                                                         FIM.

Autor Benicio de Lima Fragoso

Poesia bônus: História de amor originário

Saori, na sua aldeia,
esperava pela lua cheia,
onde ia encontrar o amor de sua vida.
Mas todo amor não vem sem dor,
então tiveram um desencontro. 
Mas não durou por muito tempo,
pois logo veio o reencontro.