escola@ogamita.com.br | 

 

Se não existisse o sol…

20170812 epom BetoTameirao 714

20170812 epom BetoTameirao 714

O EPOM (Encontro de Profissionais da Oga Mitá) começou nos anos 1980, quando a equipe desejou viajar, de forma a se conviver com os colegas de trabalho de forma mais estreita, distanciados do espaço escolar. Mas, em alguns anos, “viajamos” por aqui mesmo, relembrando nossos princípios e a cultura da escola, investindo na utopia e ganhando fôlego para os caminhos que se abrem diante de nós.

Neste EPOM 2017 a palavra-chave foi aquecer. Na sexta-feira, os caldos elevaram a temperatura, e depois passamos aos círculos do Outro. Em várias rodas, trocamos ideias sobre o tema o Outro. Descobrimos que muitos Outros se pareciam com a gente, ou que muita gente também é diferente… E como isso é bom! Ê, EPOM!

Se não existisse o sol, como seria pra terra se aquecer?…

No sábado, chegamos de mansinho, como o sol. Em dois grandes grupos, tomamos nosso rumo para um mergulho na cultura popular. Seguindo os passos do professor convidado Felipe Reznik, fizemos uma viagem que começou no Maranhão e foi até a ilha de Itamaracá. Utilizando a ferramenta d’O Passo, Felipe relembrou seu tempo de estudante da Oga Mitá, o aprendizado de música e de vida com Lucas Ciavatta, reconheceu alguns ex-professores e a funcionária Marcinha, encantou o grupo com a toada do Bumba-meu-boi da Maioba, que nos ensinou a cantar. Com um exercício de palmas, passamos de tocar no grupo para tocar e cantar juntos. Isso nos fez ver que, “para se fazer música em grupo, é preciso se olhar”, como disse Felipe. “Minha ciranda não é minha só, ela é de todos nós, ela é de todos nós…”. Ao sentir a pulsação no corpo, andando e tocando, conseguimos um equilíbrio. Sem o Outro, não nos afinamos.

Se não existisse o mar, como seria pra natureza sobreviver?…

Enquanto isso, na outra oficina, o mestre brincante Luis Vicente fazia

ressurgir o Outro que deixamos lá atrás, nos reconectando com a infância, com o companheiro ao lado, no toque das mãos, no requebro do corpo, nas risadas incontroláveis… E depois, ao comando de “o mestre mandou”, recolhemos da natureza, tão generosa,  folhas, gravetos, sementes, pedras, que viraram peixes que cada um criou. Nosso mar se encheu de vida, e dançamos e cantamos em volta dele. Do mar para a mandala, e da fantasia dos brinquedos embarcamos na brincadeira das fantasias. Jornal e papel crepom se transformaram em chapéus, saias, espadas, capas…

Chegou a hora do almoço! As conversas não cessavam: comentários do que se viveu em cada oficina e as massas recuperavam nossas energias para a atividade da tarde. Os grupos se revezaram nas oficinas, e no fim da tarde, devidamente fantasiados, os brincantes do Baixo Bonfim marcharam pela rampa cantando marchinhas, enquanto os do Alto Bonfim finalizavam uma dança do coco.

E aí se deu o grande encontro! E como foi lindo! Vicente e Felipe organizaram a roda e a bateria. Daí pra frente, no boi e na ciranda, fitas voaram entre braços e pés desejantes de música, ritmo, festejo e encontro. Com o Outro, com a cultura popular.

Mas como existe tudo isso meu povo…
eu vou guarnicer meu batalhão de novo!!
Ê boi, rapaziada!

E como tudo isso existiu, terminamos o EPOM aquecidos, energizados, festejando o encontro com o Outro que nos reflete, o Outro que nos desafia, o Outro que nos acompanha… Com tudo que aprendemos e ensinamos, vamos guarnicer nossa escola de novo! Ê POM, rapaziada!

(Trechos em itálico: Toada do Bumba-meu-boi da Maioba. Letra e autoria: Chagas)

 

{gallery}eventos/20170812B-epom{/gallery}

Se não existisse o sol…
Rolar para o topo