Uma roda brincante

Que bom que vocês chegaram! É hora de aproveitar/ Nossa Roda de Leitura / com histórias pra contar./ Vamos já à biblioteca /escolher um bom lugar... Pra começar esta Roda/ com versos da tradição/ Poesia de cordel/ Direto do coração/ Trazemos pra Kaimbé/ Com muita animação.

De uma forma brincante, recebemos a garotada da Kaimbé (7º ano do Ensino Fundamental) no corredor. Depois, ao som do Quinteto Violado, entramos na biblioteca ambientada com estética armorial, onde lemos alguns trechos de “As Proezas de João Grilo”, um cordel escrito em 1948 por João Ferreira de Lima. Depois conversamos sobre cultura popular, Ariano Suassuna, Movimento Armorial... Combinamos que os folhetos de cordel que eles estão produzindo com a professora Julia e o professor Marcio (Arte) serão apresentados também na biblioteca. Além disso, enquanto um grupo escolhia o livro para levar para casa, outros liam e alguns jogavam com as cartas de deuses celtas que confeccionaram na Roda anterior. Este encontro foi uma brincadeira, um desafio, uma homenagem ao mestre armorial Ariano Suassuna e à literatura.

O Corvo sobrevoa a Waimiri

(...) Como é que eles te chamam / Lá na Terra de Ninguém /De onde todo corvo vem?/ Disse o Corvo,/ “Nunca Mais”. (O Corvo, Edgar A. Poe)

Como a Waimiri Atroary (2ª série do Ensino Médio) está explorando o Romantismo nas aulas de Literatura, recebemos a turma e a professora Renata com uma versão bilíngue do famoso “The Raven”, com tradução de Isa Mara Lando. Essa professora e reconhecida tradutora preserva o clima e a sonoridade do poema original sem ser excessivamente erudita e, além disso, utiliza o cordel, uma linguagem bem familiar aos nossos estudantes.

Na sala escurecida, cada um leu um trecho, sentindo a dramaticidade dos versos, embarcando nas redondilhas. Também conversamos sobre a vertente do Romantismo trilhada pelo autor (Romantismo sombrio), sobre o medo, o terror e a estranheza que alguns sentiram ao ler obras de Poe, sobre cordel e Movimento Armorial, sobre nossas leituras preferidas... Nunca mais? Nunca! Queremos mais!

Equipe da biblioteca Conde Quincas

• Anterior
• Próximo