Eu perdi o meu anel no buraco da parede quem achar traga de volta meu anel de pedra verde...
(Cantiga popular)

Atentas aos interesses das crianças, garantindo espaço de autoria e promovendo escolhas, fomos solicitadas a contar por diversas vezes a história O bichinho da maçã, de Ziraldo. As crianças ficaram muito instigadas ao observarem o bichinho saindo do buraco da maçã. Aproveitando esse contexto, combinamos preparar um bolo de maçã. Durante a conversa com o grupo para planejar a confecção do bolo, alguém sugeriu: “O bolo precisa ter um buraco!”. Colocamos a mão na massa, e o bolo ficou uma delícia, com direito a buraco e tudo!
A partir disso, surgiram muitas possibilidades e desdobramentos. Como pequenos cientistas, utilizando lupa, as meninas e os meninos do Tukano Manhã (Educação Infantil) saíram à procura de buracos pelo pátio azul. Observaram troncos de árvores, chão, paredes e as plantas que ficam nos canteiros. Elas tinham sempre hipóteses para explicar quem fez aqueles buracos.
Para encantar ainda mais esse processo, ouvimos na biblioteca a história Que bicho será que fez o buraco?, de Angelo Machado. Ao descobrirem que o tatu é o responsável pelos buracos da história, começaram as indagações: “Onde o tatu faz xixi?”, “Nossa sala é muito dura pra cavar”, “Precisa de uma cavadeira”.
E como as crianças gostam de fazer suas experimentações de corpo inteiro, construímos um túnel de tecido onde elas se fizeram de tatu, entraram e saíram do túnel e se divertiram! Aproveitamos também os módulos de espuma vazados para criar novos contextos, e elas seguiram curiosas e felizes nas suas explorações. A turma pintou uma caixa de papelão, e depois fizemos dois buracos nela. Será a nossa caixa sensorial. Sem conseguir ver o que tem dentro, cada criança vai colocar as mãos nos buracos para descobrir pelo tato o que será que tem dentro. Esses buracos... ainda têm muito o que provocar por aqui.

Ana Lúcia Rodrigues da Silva, professora do Tukano Manhã

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